Quando me formei na faculdade, cada um da turma tinha que escolher uma música pra tocar quando fosse receber o diploma (ou a mensagem de Natal no canudo hahaha!). E, sagitariana como sou, escolhi e tocou "vou deixar a vida me levar pra onde ela quiser, seguir a direção de uma estrela qualquer. Não, não quero hora pra voltar não, conheço bem a solidão, me solta e deixa a sorte me buscar..."
Naqueles dias eu não tinha noção nenhuma de como eu estaria "daqui a cinco anos", como dizem os gurus do sucesso. Eu só queria viver, sentir a liberdade e ter finalizado uma etapa e estar aberta a novas opções de vida. E a vida vai levando a gente mesmo, dia após dia, cada hora para um lado diferente. Até que depois de idas e vindas, você sai de um eixo (ou vários) e se encaixa nos trilhos pra onde a vida vai te levar de verdade. E não vai ser mais pra onde ela quiser, mas pra onde você escolheu aceitar ir.
E se me perguntar se dá vontade de sair dos trilhos e perder o eixo às vezes? Quem nunca?! Mas ao me deparar com essa plantinha pela manhã deu uma vontade enorme de fazer como fazia quando era criança, arrancar ela e soprar só pra ver cada parte sua voando pelo ar. E o que fiz? Nada. Absolutamente nada. Porque ao soprar e espalhar seus flocos pelo ar, estaria dissolvendo a plantinha que me inspirou a escrever hoje.
Somos essa plantinha (alguém sabe o nome dela?). Em algumas fases da vida podemos deixar a vida e o vento nos levar pra onde quiser. Mas em algum momento precisamos ficar onde escolhemos ficar pra não sumir, pra não se espalhar e desaparecer.